Fiz minha "desova", ops! desculpa, meu ato de libertação no sábado [ 20/04 ]; juro que queria ter feito diferente desta vez, mas não deu, teve de ser no comércio local e pior, não pude aguardar pra ver quem seria o "eleito" do livro... Mas, cumpri com o ritual de deixar um bilhetinho explicando a atividade, espero que esteja sendo bem aproveitado.
O eleito foi Os Donos do Mundo de Luis Augusto Simon e Rubens Leme da Costa, sei que parece bem estranho eu ter um livro sobre futebol, mas sou do tipo que assiste futebol sim... gosto de saber os nomes e termos futebolísticos e dar os meus pitacos de "técnica"...
Só não vou a Estádios, e não, não tenho time de futebol, no máximo a Seleção Brasileira.
Pensei comigo mesma, e achei que com esse lance de Copa das Confederações no Brasil este ano, a pessoa poderia ler e saber mais sobre os protagonistas de todas as Copas do Mundo [ bom, pelo menos até a Copa de 2006 na Alemanha ].
"A cada quatro anos, o mundo para. Casamentos terminam, relações não são discutidas, batizados são adiados, o almoço esfria. Durante um mês vive-se em clima de feriado, as pessoas se tornam mais ou menos amorosas e cordatas em relação direta com a pontaria de seus atacantes. É Copa do Mundo, quando o amor ao País aflora, quando o ódio ao vizinho aumenta, Mas, paradoxalmente, é o tempo em que se admite que o rival de séculos também tem craques." [pg. 9]
O livro é super interessante pois foi escrito por dois jornalistas da área de esportes e tem uma visão bem aproximada do cenário por trás de cada seleção que ganhou uma Copa do Mundo [ momento auge do futebol interplanetário! ],
"Jornalistas que cobrem futebol são figuras muito estranhas. Deixam boa parte da vida de lado para correr atrás de uma bola. Mas não a chutam. Eles abraçam a missão de contar a história de quem o faz." [Maurício Noriega]
"Estão aqui todos os vencedores. Jogadores e técnicos, Pelé, Maradona, Garrincha, Beckenbauer, mas também Julio César Britos, ponta-direita do Uruguai que perdeu a posição alguns jogos antes da Copa de 1950. Não fez nenhuma partida, mas está aqui. Alcides Eduardo Ghiggia, o novo titular, aquele que o mandou para o esquecimento, também está. A idéia sempre foi esta: homenagear os 22 ou 23 jogadores que levaram seu País às lágrimas. Está Zidane, mas também está Pepe."
Com uma linguagem que nos aproxima e muito da crônica esportiva, o livro nos remete ao momento de cada Copa a começar pela do Uruguai em 1930 e o hiato entre a de 1938 e 1950.
"A final da Copa de 1938 marcaria o fim da competição durante 12 anos, devido à Segunda Guerra Mundial [1939-1945] e por encontrar boa parte dos Países europeus destruídos após a guerra." [pg. 65]
O livro exalta as vitórias mas também enfatiza o ser humano, o homem-atleta por trás de cada seleção:
Didi, bicampeão em 1958 e 1962 e melhor jogador da Copa de 1958:
"Fiz um gol de folha seca contra o Peru, ganhamos de 1 a 0 e faltavam só oito minutos. (...) Eu "cortava" a bola e isso dava um efeito muito grande. (...) Treinava tanto isso que perdia a unha do dedão do pé a cada 50 dias." [pg. 488]
Djalma Santos, Titular em 1954 e Bicampeão em 1958 e 1962:
"Nosso time era muito bom, mas os dirigentes eram muito ruins." [pg. 488]
Cafu, Capitão em 2002, único brasileiro a jogar três finais de Copas:
"Uma final de Copa do Mundo é uma coisa louca. Fiquei cego, esqueci o meu plano e fui jogar." [pg. 491]
Schiaffino, Campeão Mundial de 1950:
"Quando terminou, fui cumprimentar o Danilo. Nunca tinha visto um homem chorar daquele jeito. Olhei para o público calado, para o Danilo chorando e chorei também. Chorei bastante." [pg. 499]
Desta vez, aproveito o ensejo e deixo a dica, para quem reside em Gravataí/RS e gosta de ler e não se importa de ler livros editados a mais de uma década, tem uma loja de variedades [ tipo 1,99 ] na Rua José Costa de Medeiros, [ antigo prédio do Banco Itaú e Câmara de Vereadores ] onde os livros custam a partir de R$2,99!!!
Sim, é um verdadeiro achado! São livros novos, só não tem muita variedade de temas, mas eu, sempre acho algum título legal e compensa super, o baixo preço...
Estava lendo o que a
Luma escreveu sobre ela dar esse pontapé inicial no BookCrossing, mas nós é que devemos fazer nosso desapego como hábito, e ficou na minha mente a idéia de realmente não esperar somente pela blogagem e continuar fazendo outros "desapegos"... conforme realizar nova experiência deixarei registrado aqui no blogue.
#Fica a dica!
:]