quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Meus alfarrábios *5

Maria, Maria…

 17/09/2008

É difiícl quando tentamos por em palavras emoções que carregamos conosco.

Principalmente quando são emoções que nem ao menos entendemos muito o porquê.

Mas pensei muito antes de editar essas palavras: respeito, gratidão, sabedoria, alegria.

Maria esse é meu nome e também é o nome de uma pessoa muito especial

que partiu desse mundo onde ainda habitamos.

Lembrei-me da música cantada por Milton Nascimento e achei ela de uma simplicidade ímpar

"é preciso ter força, é preciso ter raça é preciso ter gana sempre…"

A Maria que já não a temos aos nossos olhos,

aos nossos ouvidos e aos nossos abraços e beijos era assim,

força, raça e com muita gana de viver.

E nessa procura por viver, ela ensinou-me muito

sobre respeito: nunca me senti discriminada ou rejeitada em minhas escolhas;

gratidão: sinto-me abençoada por ter tido a oportunidade de conviver com ela

pelo tempo que assim nos foi permitido e muito me alegro e agradeço por todas as suas "lições-mudas",

ou seja, aprendi muito somente observando-a;

sabedoria: penso que o maior ensinamento está justamente em ser capaz de ensinar

sem que o outro se sinta aluno, exalar sabedoria por cada ruga

ou franco silêncio com que nos acolhe diante de uma dúvida que temos;

alegria: só posso me sentir muito alegre por não ter nada para remoer quanto a sua partida,

acredito que ela me deu tudo o que queria e eu também ofertei a ela tudo o que de melhor eu poderia lhe dar…

Enfim, pequeninos pedaços de histórias que se cruzam por determinado tempo

e que deixam muitas lembranças, doces lembranças.

"Maria, Maria é um dom…"

Saudades carinhosas compartilho com todos que têm uma lembrança assim para levar consigo.

"Um dia desses, eu separo um tempinho

e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar."

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