segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Tudo o que você sempre quis; Trecho Cap.1, deuses Falsos, Timothy Keller

"No livro de Romanos, Paulo escreveu que uma das piores coisas que Deus pode fazer às pessoas é 
“[entregá-las] ao desejo ardente de seus corações” 
(Rm 1.24). 

Por que o maior castigo imaginável seria permitir a alguém concretizar seu maior sonho? 
Porque nosso coração converte esses desejos em ídolos. 

No mesmo capítulo, Paulo resumiu a história da raça humana em uma frase: 
“… adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador…” 
(v. 25). 

Todo ser humano precisa viver em torno de alguma coisa. Algo tem de cativar nossa imaginação, a aliança e a esperança mais fundamentais do nosso coração. 
No entanto, como nos diz a Bíblia, sem a intervenção do Espírito Santo, esse objeto jamais será o próprio Deus. 

Se nos voltarmos para uma criatura a fim de obter o sentido, a esperança e a felicidade que só Deus pode dar, ela acabará não correspondendo às nossas expectativas e partirá nosso coração.

Dois filósofos judeus que conheciam as Escrituras de modo profundo concluíram: 

“O princípio […] central da Bíblia [é] a rejeição da idolatria”.  

Ou seja, a Bíblia está repleta de histórias retratando as inúmeras formas de adoração a ídolos e seus efeitos devastadores. 
Todo falso deus que o coração pode escolher — amor, dinheiro, sucesso ou poder — tem uma narrativa bíblica poderosa para explicar como esse tipo específico de idolatria atua em nossa vida.

Deus viu o sacrifício de Abraão e disse: “Agora sei que me amas, pois não me negaste teu único filho”. 

O verdadeiro substituto para o filho de Abraão foi o único Filho de Deus, Jesus, que morreu a fim de levar sobre si nosso castigo.
“Porque […] Cristo morreu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus…” 
(1Pe 3.18). 

Paulo entendeu o real signicado da história de Isaque ao aplicar deliberadamente a linguagem da narrativa de Isaque a Jesus:
“Aquele que não poupou nem o próprio Filho, mas, pelo contrário, o entregou por todos nós, não nos dará também com ele todas as coisas?” 
(Rm 8.32). 

Ou seja, temos aqui a resposta prática a nossas idolatrias pessoais, aos “Isaques” de nossa vida, em que tê-los e apegar-se a eles não oferece segurança espiritual alguma. 
Precisamos imolá-los. 
Precisamos descobrir um modo de não os agarrar demais nem sermos escravizados por eles. 
Jamais o faremos repetindo abstrações sobre quão grande Deus é. 
Temos de conhecê-lo, estarmos convictos de que Deus cuida de nós, ama e se deleita em nós a ponto de podermos descansar nosso coração nele para encontrarmos nosso valor e segurança e para lidarmos com qualquer coisa que aconteça na vida.

Somente Jesus dá sentido a essa história. 
A única maneira de Deus ser tanto “justo” (exigindo pagamento por nossa dívida de pecado) quanto “justicador” (Rm 3.26) (oferecendo salvação e graça) é porque, anos mais tarde, outro Pai subiu outro “monte”, chamado Calvário, com seu primogênito e o ofereceu naquele lugar por todos nós. 

Você nunca será tão grande e tão seguro em Deus nem se tornar tão corajoso como Abraão se tornou pelo simples fato de se esforçar muito, mas apenas ao crer no Salvador, para quem esse acontecimento aponta. 
Somente se Jesus tiver vivido e morrido por nós, você pode ter um Deus de amor e santidade infinitos ao mesmo tempo. 
Então pode ter certeza absoluta de que ele o ama.

Em nossa vida, há sempre algumas coisas em que investimos para alcançar um nível de alegria e realização que só Deus pode dar.

Às vezes, Deus parece estar nos matando quando, na verdade, está nos salvando.

A Bíblia está cheia de relatos de personagens, como José, Moisés e Davi, vivendo momentos em que Deus parecia abandoná-los, mas depois ficou claro que estava lidando com os ídolos destrutivos na vida deles e que isso só poderia acontecer quando experimentassem a dificuldade.

Não temos como saber todas as razões pelas quais nosso Pai está permitindo que coisas ruins nos aconteçam, mas, como Jesus, podemos confiar nele nesses tempos difíceis. 
Ao olharmos para ele e nos regozijarmos no que fez em nosso favor, teremos a alegria e a esperança necessárias — além de estarmos livres dos deuses falsos — para seguir o chamado de Deus quando os tempos parecerem os mais obscuros e difíceis possíveis."

Trecho do Cap 1 do livro deusesFalsos, Timothy Keller. 

MilaResendes 

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