domingo, 15 de abril de 2012

Amor aos Pedaços, Blogagem Coletiva: Desencanto



"Poderemos não ser os únicos náufragos do amor..."

"Não é que eu queira reviver nenhum passado
E revirar o sentimento, revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saida
Acabo entrando sem querer na tua vida"

Quem de nós dois, Ana Carolina

O desapego vem num sussuro... num desvio de olhar, num sorriso não correspondido, numa dor surda no coração.
Quando vemos ele já se instalou... você não sente mais, não importa mais.
Perde o sentido, perde a razão.
Ausência de sentimento...

Após o início deslumbrante, encantador, cheio de promessas, fui descobrindo que haviam "buracos" sentimentais, um lance de não se entregar por inteiro [e eu totalmente mergulhada], resultado: somente um amando não segura relação... e amar sem se sentir amado é um verdadeiro deserto...

Do diário da época retirei esse poema:

"Procuro o que não sei
Persigo sonhos, cato ilusões
Quero impossibilidades
Mas acredito no amanhã
Sei quem sou
Sou o que penso
E sou aquilo que sei
Persigo sonhos
Ilusões perdidas
Sonhos inacabados (doces sonhos)
Sinto que nada sei
E sei que nada sinto
Quero o tanto que tenho
Mas não tenho tudo que quero
A chuva lá fora
E meu coração
Pulsa coração
E minha mente (grita mente)
Que tudo gira, que tudo acaba
Meu sonho é teu
Pequenino em meio a tantas questões
As marcas
Aquelas que imprimiu em meu corpo
São pequenos consolos
São pequininas abstrações
Contudo, nego, choro e nego
Que não o tenho
O que é a vida?
Vida é sonho
O que é o sonho?
O sonho é viver
Viver na plenitude do fim
Bate coração, maltrata, fere
Chora mente
Mente que sente
Sentimento que alimento
É noite, a chuva parou
O sono é o inimigo da razão
A razão que zomba de meus sentimentos
Queria fechar os olhos e vizualizar o futuro
Radiante, glorioso, "perfeito"
Sob encomenda para mim
                    ...
Mas não!
Sei que o futuro
É o meu sonho inacabado
É o livro em branco da minha vida
E cada página em branco
Que tento rabiscar
A dor, interefere na letra
Calmaria, a chuva parou
Quero o silêncio
Quero o silêncio de minha alma
Que teima em questionar-me
Sinto e pronto
Sigo o sentimento
Serei um sonho inacabado
Quem sou? o que sou?
O que quero? o que desejo?
O silêncio
O silêncio me reconforta
Me anestesia, me dá tempo
Me tranquiliza
                ..."

"Eu procurei
Qualquer desculpa pra não te encarar
Pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já nem tô ai pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa."



Quer relembrar o Encantamento? clica aqui.

:)

14 comentários:

Emanuel disse...

Desencantamento é superação.

Minha contribuição: http://migre.me/8GBkK

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Mila

"Tu és o orvalho que me beija"...
(Meliss)

Em pleno período pascal nos reencontramos para tecer o nosso Desencanto... entrelaçar partilhas de coração a coração...

Vc fez um post poético sobre o Desencanto dando -me um pouco mais de energia diante de tudo o que li...
Vou recortar o SONHO INACABADO... isso me diz muitíssimo!!!
E, vou deixar por aqui pra não chorar mais, tá???

Obrigada por sua participação e nos vemos no próximo mês se Deus quiser!!!
Bjs de Paz e Esperança junto com o meu carinho fraterno

"Meu coração orvalhado
pleno de gratidão,
agradece a Deus"...
(Élys)

pensandoemfamilia disse...

Pois vamos nos desencantando e nos encantando, altos e baixos que nos impulsionam a viver.
bjs

Valéria disse...

Oi Mila!
Também estou paraticipando da BC e passeando pelos blogs encontro seu lindo depoimento em verso e prosa.
É mesmo uma dor que pensamos que não vai acabar, mas graças a Deus se vai
Beijinhos!

Sandra Portugal disse...

Adoro essa música da Ana Carolina, e ontem por acaso fui a uma pizzaria e a conheci pessoalmente.
Bonita expressão do desencanto.
bjs Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com//

Luma Rosa disse...

Mila, quantas pessoas não encaram o desencanto e se iludem em vidas inteiras com um amor acabado. A desculpa é que o amor morreu, mas ficou o companheirismo, a amizade... vivendo dois irmãos debaixo do mesmo teto. Mas na verdade é o medo de se sentir sozinho e ter que recomeçar. Ficam dois covardes conforme adiam o fim e quando um toma coragem, o outro se desfaz e chora para sepultar um amor que morreu a muito tempo. Um amor que os vermes já comeram... Aie que horror! Eu não escrevi isso!
Mas quem não se comportou ou se comporta assim? Eu já adiei ser feliz, já não mais!!
Obrigada por participar da blogagem. Sua companhia é sempre bem-vinda!!
Beijus,

Ana disse...

estou curiosa:)

Elvira Carvalho disse...

O tema é o desencanto mas eu me encantei com o poema.
Um abraço e uma boa semana

Socorro Melo disse...

Olá, Mila!

Encantada estou com seu belo poema.
A Rute diz-nos, no seu texto, que o desencanto, o drama humano, quanto maior, maior se faz a sua veia poética...
Desencantar é perder o rumo, a meta, a poesia da vida... É passar por um vale de sombras... Porém, devemos encarar isso como natural, pois a vida é feita de altos e baixos, e as desiluções, apesar de dolorosas, muito nos ensinam...

Grande abraço
Socorro Melo

Suelen Muniz disse...

O desencanto é muito ruim,é uma dor em nossas vidas,mas que nos faz crescer como pessoas.
Abraço e uma ótima semana,=)

Maria Luiza disse...

Só um segurando a relação, só um que investe na relação, só um que ama e o outro que se deixa amar; é assim o desencanto. Vem à velocidade da luz e tudo desanda. Beijos! linda participação!

RUTE disse...

Oi Mila,
para mim sua participação começou muito bem. Adoro Ana Carolina. Há anos que não ouvia essa canção. Dai clickei no link, aumentei o som, joguei a cadeira pró lado e toca de dançar de olhinhos fechados. Aiiiiiii que bom, fui transportada!
Seu post é um portal no tempo (sabia?).

Concordo com o que você falou, o desapego vem num sussurro, logo após o desencanto. A gente cata ilusões tentando agarrar-se a qualquer coisa, mas o essêncial não está mais lá. Os pós de pirlimpimpim do encantamento se foram.

Beijo além-mar.
Continuemos juntas na caminhada das fases do amor.
Rute

Lu Souza Brito disse...

Mila,

Que poesia linda e que descreve o tanto dos nossos sonhos perdidos, da desilusão, desencanto.

E o desencanto vem mesmo assim, pouco a pouco, em pequenas coisas, até tornar-se indiferença.

Obrigada pela visita na primeira fase e desculpe-me por só agora estar retribuindo...problemas com conexão e correria mesmo.

Um abraço

Lina disse...

Olá, Mila!Adorei sua participação!Uma planta que não é regada morre. O encanto quando não é alimentado vira desencanto. O seu poema é lindo, muito sentido e conhecer a música de Ana Carolina foi uma maravilhosa sensação!
Beijinhos lusitanos