segunda-feira, 3 de julho de 2023

Adeus; Cap 13, Você vai sair dessa!, Max Lucado

"Adeus. Uma palavra que ninguém quer dizer.
O plano original de Deus não previa despedidas — não previa um último suspiro, um último dia, uma última batida do coração. A morte é uma intrusa, intrometida, um desenho de palitinhos no meio do Louvre. Ela não se encaixa. 
Por que é que Deus daria um amigo de pescaria e depois o tomaria de volta? Por que ele preencheria o berço e depois o esvaziaria? 
Por mais que você tente justificar, dizer adeus nunca parece algo certo. 

Jacó e José viviam ambos sob a sombra do adeus. Quando os irmãos mentiram sobre a morte de José, entregaram a Jacó uma túnica encharcada de sangue. Disseram que uma besta tinha levado o corpo embora. Jacó ruiu de tristeza. 

“Então Jacó rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco e chorou muitos dias por seu filho” 
(Gênesis 37:34). 

“Todos os seus filhos e filhas vieram consolá-lo, mas ele recusou ser consolado, dizendo: ‘Não! Chorando descerei à sepultura para junto de meu filho’. E continuou a chorar por ele” 
(Gênesis 37:35). 

José vivia com essa mesma dor. Duas décadas haviam se passado. Ele não tinha notícias de casa. Aniversários, feriados, primaveras. Jacó nunca esteve ausente dos pensamentos de José. No momento em que revelou a sua identidade para os irmãos, José perguntou: “Meu pai ainda está vivo?” (Gênesis 45:3).

"José lhes providenciou carruagens, como o faraó tinha ordenado, e também mantimentos para a viagem. A cada um deu uma muda de roupa nova, mas a Benjamim deu trezentas peças de prata e cinco mudas de roupa nova. E a seu pai enviou dez jumentos carregados com o melhor do que havia no Egito e dez jumentas carregadas de trigo, pão e outras provisões para a viagem. Depois despediu-se dos seus irmãos e, ao partirem, disse-lhes: “Não briguem pelo caminho!” Assim partiram do Egito e voltaram a seu pai Jacó, na terra de Canaã." (Gênesis 45:21-25)

"‘José ainda está vivo! Na verdade ele é o governador de todo o Egito.’ O coração de Jacó quase parou! Não podia acreditar neles” 
(Gênesis 45:26).

“Quando lhe relataram tudo o que José lhes dissera, e vendo Jacó, seu pai, as carruagens que José enviara para buscá-lo, seu espírito reviveu” 
(Gênesis 45:27).

“E Israel disse: ‘Basta! Meu filho José ainda está vivo. Irei vê-lo antes que eu morra’” 
(Gênesis 45:28). 

Sim, o narrador chama Jacó pelo seu outro nome (veja Gênesis 32:28), tal é o poder da promessa de uma reunião familiar. É algo que transforma. Que leva da tristeza à esperança. Da solidão ao anseio. De um eremita a um peregrino. 
De Jacó (aquele que segura pelo calcanhar) a Israel (príncipe de Deus). 

“Israel partiu com tudo o que lhe pertencia. Ao chegar a Berseba, ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai” 
(Gênesis 46:1). 

Na época, Jacó estava com 130 anos. Há tempos a sua juventude passara. Ele mancava e as juntas doíam. Mas nada poderia impedi-lo de ver o seu filho. Jacó apanhou a bengala e deu a ordem: “Arrumem tudo! Estamos indo para o Egito.” 
Aqui o texto usa uma lente grande-angular e nos dá uma vista aérea de todo o clã migrando. 
Com um efeito de censo, o narrador menciona cada membro da família pelo nome: filhos, esposas, crianças. Ninguém fica para trás. Todo o bando de 64 pessoas se põe a viajar.

Jacó sussurrou: “José, meu filho.”

“Assim que o viu, correu para abraçá-lo e, abraçado a ele, chorou” 
(Gênesis 46:29). 

As formalidades foram dispensadas. Os protocolos foram quebrados. José enterrou o rosto no ombro do pai e “chorou longamente” (Gênesis 46:29). Enquanto as lágrimas umedeciam a roupa do pai, ambos prometeram jamais dizer adeus um ao outro de novo."

Trecho do Cap. 13 do livro Você vai sair dessa!, Max Lucado. 

MilaResendes 

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