A vida dos inquilinos dessa moradia se resume a um só objetivo: tornar alguém miserável.
E os inquilinos conseguem estragar uma vida: a deles mesmos.
Não é de surpreender que Deus tenha insistido para que não deixemos “que a erva daninha da amargura se espalhe. Uns poucos espinhos podem arruinar um jardim em pouco tempo” (Hebreus 12:15, MSG).
A cura divina consiste em sair da casa do rancor, em sair do mundo apertado do ressentimento para o espaçoso meio da graça, em sair da inflexibilidade para passar ao perdão.
Deus faz com que nos movamos para frente ao curar o passado.
“Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha”
(Efésios 4:26)?
“Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade”
(Efésios 4:31)?
“Perdoem como o Senhor lhes perdoou”
(Colossenses 3:13)?
Tem certeza, Deus?
Na verdade, Deus se importa mais com a justiça do que nós.
Paulo nos lembra:
“Não retribuam a ninguém mal por mal [...] nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei’”
(Romanos 12:17,19).
Nós carregamos a sensação de que o causador do mal vai conseguir escapar pela sombra, seguindo desconhecido e sem punição. Que ele irá escapar e chegar até as ilhas Fiji, onde ficará bebericando mai tais em uma praia ensolarada.
Não se preocupe; a Escritura diz: “eu [Deus] retribuirei”, não “eu talvez retribuirei.” Deus irá executar a justiça em nome da verdade e da integridade.
E quanto à história que estamos seguindo? Prepare-se para ver a reviravolta mais surpreendente da história de José. Depois de três dias, José libertou da prisão todos os irmãos, menos um. Eles voltaram para Canaã para falar com Jacó, agora apenas uma sombra de um homem bem velho.
“Deixa o jovem [Benjamim] ir comigo e partiremos imediatamente, a fim de que tu, nós e nossas crianças sobrevivamos e não venhamos a morrer. Eu me comprometo pessoalmente pela segurança dele; podes me considerar responsável por ele. Se eu não o trouxer de volta e não o colocar bem aqui na tua presença, serei culpado diante de ti pelo resto da minha vida”
(Gênesis 43:8-9).
Para que algo de bom acontecesse à família de Jacó, era preciso que algum dos membros do clã amadurecesse.
Se não fosse o pai, então um dos irmãos tinha de amadurecer a ponto de assumir a responsabilidade pelos seus atos.
Deus produziu essa mudança em Judá. Ele fez com que aquele irmão provasse do próprio remédio, e o remédio funcionou! Judá assumiu a responsabilidade pela família. Foi ele quem convenceu o seu pai, o chefe do clã. Ele estava disposto a assumir a responsabilidade pela segurança de Benjamim e a assumir a culpa, caso algo desse errado. Judá recebeu um chamado sem que José tivesse de erguer um só dedo nem erguer o braço com o punho cerrado.
A vingança pertence a Deus.
Ele vai, sim, exigir a retribuição — quer seja no Dia do Juízo Final, quer seja nesta vida.
Qual a moral da história? Deus sempre lida com os Judás.
Ele tem o poder de disciplinar o chefe autoritário e de amansar o pai nervoso.
Ele tem o poder de fazer o seu ex cair de joelhos e de recobrar o juízo.
O perdão não diminui a justiça; pelo contrário, o perdão passa a justiça para as mãos de Deus.
É ele que garante a retribuição justa.
Quando cabe a nós, fazemos sempre de mais ou de menos.
Mas o Deus da justiça sempre tem a prescrição perfeita.
Ao contrário de nós, Deus nunca desiste de ninguém.
Nunca.
Mesmo depois de termos seguido em frente, Deus está lá, cutucando a consciência, testando as convicções, sempre orquestrando a redenção.
Consertar os inimigos? Esse é um trabalho para Deus.
Perdoar os inimigos? Ah, é aí que você e eu entramos em cena.
Nós precisamos perdoar.
“Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não deem lugar ao diabo”
(Efésios 4:26-27).
A raiva fornece um território para o diabo. A amargura convida o diabo a ocupar um espaço no seu coração, convida a alugar um quarto. E ele irá aceitar, acredite, e se mudará para lá, contaminando todo o lugar. Fofocas, calúnias, raiva — sempre que você vir essas coisas, é Satanás reclamando uma cama para si.
Entre com uma ação de despejo. Não dê a ele nem mesmo um dia de aluguel. Em nome de Jesus, ordene que ele faça as malas e caia fora. Dê início ao processo do perdão. Não guarde uma lista de erros cometidos contra você. Ore pelos seus inimigos em vez de conspirar contra eles. Odeie o erro sem odiar quem errou.
Continue no caminho do perdão. Você vai passar menos tempo na casa do rancor e mais tempo na casa da graça. Como alguém que já visitou os corredores das duas, posso garantir que você vai amar o espaço disponível na casa da graça."
Trecho do Cap 11 do livro Você vai sair dessa!, Max Lucado.
MilaResendes
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