segunda-feira, 19 de junho de 2023

Treinamento de Jose; Cap 5 Você vai sair dessa! Max Lucado

“José ficou na prisão, mas o SENHOR estava com ele e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro” (Gênesis 39:20-21).

Não era uma prisão no sentido como entendemos hoje, mas um aglomerado de aposentos subterrâneos e sem janelas, com o piso úmido, onde serviam comida estragada e água suja. 
Os guardas o jogaram no calabouço e bateram a porta. José se encostou contra a parede e deixou-se escorregar, até sentar no chão. 

“Nada fiz para ser jogado neste calabouço” (Gênesis 40:15). 

José havia dado tudo de si na casa de Potifar. 
Ele tinha deixado o patrão rico. 
Completava todas as tarefas e o seu quarto estava sempre em ordem. 
Ele conseguira se adaptar à nova cultura. 
Tinha resistido aos avanços da patroa. 
E como foi recompensado? 
Com uma temporada na prisão, sem qualquer esperança de conseguir a condicional. 
Desde quando o caminho certo leva para a beira do precipício? 

Quer a resposta? 
Desde os eventos ocorridos em Gênesis 3, o capítulo que documenta a entrada do mal no mundo. 
O desastre veio à Terra na forma de Lúcifer, o anjo caído. 
E enquanto Satanás 
“anda ao redor como leão, rugindo” (1Pedro 5:8), 
também procura trazer o desastre para a vida do povo de Deus. 

O diabo prende pastores, como Paulo, na prisão. 
Ele exila pastores, como João, em ilhas remotas. 
Ele aflige os amigos de Jesus, como Lázaro, com doenças. 
Mas as estratégias dele sempre ricocheteiam. 
Paulo, que foi aprisionado, escreveu epístolas. 
João, o exilado, viu o céu. 
O cemitério de Lázaro serviu de palco para Cristo realizar um dos seus maiores milagres. 

O mal intencional se torna o bem eventual.

Voltemos ao ponto: José na prisão. Do ponto de vista terreno, a prisão egípcia significava a conclusão trágica da vida de José. Satanás já podia somar essa vitória para o lado negro. Todo e qualquer plano divino para usar José acabou com o bater da porta do calabouço. 
O diabo tinha José exatamente onde queria. 
Mas Deus também. 

"Machucaram-lhe os pés com correntes, e com ferros prenderam-lhe o pescoço, até cumprir-se a sua predição, e a palavra do SENHOR confirmar o que dissera." (Salmos 105:18-19)

Aquilo que Satanás intencionou para o mal foi usado por Deus para testar. 
Na Bíblia, um teste é uma provação externa que purifica e prepara o coração. 
Assim como o fogo refina metais preciosos removendo a escória e as impurezas, a provação faz o mesmo com o coração. 
Como escreveu o salmista: 
"Tu, ó Deus, nos submeteste à prova e nos refinaste como a prata. Fizeste-nos cair numa armadilha e sobre nossas costas puseste fardos. Deixaste que os inimigos cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água, mas a um lugar de fartura nos trouxeste." (Salmos 66:10-12)

Diariamente, encaramos testes simples. 
Alguns momentos na vida, no entanto, são como provas finais. 
São como poços cruéis e repentinos de estresse, de doenças e de tristezas. 
Do mesmo modo que José, fizemos o melhor possível. 
Assim como aconteceu com José, esse esforço é recompensado com um encarceramento. 
Mas qual é o propósito da provação? 
Por que Deus não evitou que José fosse parar na prisão? 
Será que esta é a resposta?

“Pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma” (Tiago 1:3-4).

“Por isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou responsável por tudo o que lá sucedia” (Gênesis 39:22). 

Que curso intensivo de liderança! 
Com Potifar, José tinha de tomar conta de servos dispostos a servir o seu mestre. 
Na prisão, contudo, José ficou encarregado de cuidar de homens insubordinados, desrespeitosos e ingratos. 

Testes, testes, testes. 
O calabouço parecia uma prisão, cheirava como uma prisão, se assemelhava a uma prisão, mas, se você perguntasse aos anjos do Céu sobre onde José estava, eles responderiam: “Ah, ele está em treinamento.”

Trecho do Cap. 5 do livro Você vai sair dessa!, Max Lucado. 

MilaResendes 

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