Quando recebemos um aumento, anunciamos: “Deus é bom.”
Quando conseguimos entrar na universidade ou quando o resultado do jogo é bom para o time que torcemos, “Deus é bom”.
Mas será que diríamos o mesmo em circunstâncias diferentes?
Será que dizemos isso tanto na maternidade quanto no cemitério?
Tanto na fila do supermercado quanto na fila do desemprego?
Nos dias de recessão e nos dias de bem-aventurança?
Será que Deus é sempre bom?
Será que ele é bom mesmo?
Será que Deus está bravo comigo?
Talvez confuso?
Sobrecarregado?
Será que o poder dele é limitado?
Que a autoridade dele é restrita?
Será que o diabo enganou Deus?
Quando a vida não é boa, o que devemos pensar sobre Deus?
Onde está ele no meio de tudo isso?
Aqui, as palavras de José para o faraó nos ajudam um pouco.
Não costumamos pensar em José como um típico teólogo; pelo menos, não como Jó, o sofredor, ou Paulo, o apóstolo.
Para começar, não temos acesso a muitas palavras ditas por José.
Mas as poucas existentes revelam um homem que lutou para compreender a natureza de Deus.
Ele anunciou diante do faraó:
"Virão sete anos de fome. Então todo o tempo de fartura será esquecido, pois a fome arruinará a terra. A fome que virá depois será tão rigorosa que o tempo de fartura não será mais lembrado na terra. O sonho veio ao faraó duas vezes porque a questão já foi decidida por Deus, que se apressa em realizá-la."
(Gênesis 41:30-32)
José enxergou que os dois períodos, o de fartura e o de escassez, estavam sob a jurisdição de Deus.
Ambos foram “decididos por Deus”.
Mas como pode ser?
Então a calamidade foi uma ideia de Deus?
Claro que não.
Deus nunca cria nem se aproveita do mal.
“Longe de Deus esteja o fazer o mal, e do Todo-Poderoso o praticar a iniquidade”
(Jó 34:10; ver também Tiago 1:17).
Ele é a essência do bem.
Como ele, que é o bem, pode criar qualquer coisa maligna?
Além disso, Deus é soberano.
A Escritura repetidas vezes atribui o controle total e absoluto às mãos de Deus.
“O Deus Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e coloca no poder a quem ele quer”
(Daniel 5:21).
Deus é bom.
Deus é soberano.
Então de que modo devemos compreender a ocorrência de calamidades no mundo de Deus?
Eis como a Bíblia explica: ele as permite.
Quando demônios imploraram a Jesus que os deixassem entrar nos porcos, “ele lhes deu permissão” (Marcos 5:12-13).
Em relação aos rebeldes, Deus disse: “Deixei que se contaminassem [...] para que eu os enchesse de pavor e para que eles soubessem que eu sou o SENHOR” (Ezequiel 20:26).
O Antigo Testamento fala das consequências de matar alguém por acidente:
“Se não o fez intencionalmente, mas Deus o permitiu, designei um lugar para onde poderá fugir”
(Êxodo 21:13).
Às vezes, Deus permite que as tragédias aconteçam.
Ele permite que a terra seque e que o trigo nasça oco.
Ele permite que Satanás cause desastres.
Mas ele jamais permite que Satanás triunfe.
Pois não é essa a promessa de Romanos 8:28: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito”?
Deus promete criar o belo a partir de “todas as coisas”, não de “cada uma das coisas”.
Os eventos isolados podem ser maus, mas o resultado é bom.
Não há trecho nenhum na Bíblia que nos faça pensar que um período de fome, um ataque cardíaco ou um ataque terrorista sejam bons.
Tudo isso não passa de calamidades terríveis, surgidas de uma terra caída.
Porém, todas as mensagens da Bíblia, e a história de José em especial, nos compelem a acreditar que Deus irá misturar essas calamidades com outros ingredientes para produzir o bem a partir delas.
Mas precisamos permitir que Deus defina o que é o bem.
Para o homem, essa definição significa saúde, conforto e reconhecimento.
E quanto à definição divina?
No caso do Filho de Deus, Jesus Cristo, uma boa vida significou luta, tempestades e morte.
Mas Deus trabalhou tudo isso para criar um bem maior: a sua glória e a nossa salvação."
Trecho do Cap 8 do livro Você vai sair dessa!, Max Lucado.
MilaResendes
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